domingo, 7 de dezembro de 2008

A luta dos professores explicada aos tótós

A causa das coisas

«... discutir, afinal, se um modelo de avaliação de professores deve ter quotas. O resto é politiquice». João Vaz

Alguém bateu no cerne da questão. Até aqui, andaram as duas partes a fazer de conta: o ministério nunca fez referência à questão das quotas nem os professores levantaram muito o véu sobre a fixação de quotas na avaliação: apenas 25% do professores podem ter avaliação de Muito Bom/Excelente.

Esta é uma questão fundamental e determinante que explica a luta dos professores. E que muita gente desconhece. Porque as quotas vão determinar quem vai ou não subir ao escalão superior. E isso faz mossa: no bolso e na auto-estima dos professores.
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5 comentários:

Ricardo disse...

Mas, o mais grave foi terem faltado tantos deputados à sessão de votos sem justificações... Vergonhoso!!

Abraço

Anónimo disse...

E isso é só uma pontinha do véu...

E que dizer de docentes com pós-graduação, mestrado e doutoramento que irão (caso o monstro não desmorone) ser avaliados por outros docentes que nem o bacharelato possuem?

E tantas outras tontices...

Que pena que um jornalista de investigação não pegue nas pecinhas todas e resolva mostrar o puzzle em toda a sua dimensão...

Bjo.

Olinda disse...

andam todos a "viajar na maionese".:-D

anonimo disse...

Obrigada pela visita!

Morena disse...

Não, não era apenas isso. Não se tratava de uma mera questão de dinheiro, embora o que dizes seja verdade. O problema é que o modelo proposto transformaria as escolas numa espécie de vulgar empresa motivada pelo lucro, sendo que o lucro, na escola, não poderá nunca ser avaliado objectivamente. Uma turma de alunos com baixo rendimento pode progredir mais do que uma boa turma, contudo, os algarismos desse rendimento dificilmente poderão igualar o de outra turma. As escolas também se estavam a começar a transformar num paraíso de bajulação aos professores titulares que tinham a seu cargo a avaliação. E quem são eles. Professores iguais aos outros, pares, que nos últimos 7 anos da carrreira tinham tido cargos que geravam mais créditos. Se os tivessem tido há 8 ou 9 anos não contavam. Portanto, tratava-se de um modelo baseado numa construção aleatória, que se destinava a beneficiar e prejudicar aleatoriamente, e a destruir uma classe profissional que, ao contrário do que o vulgo pensa, tem orgulho no que faz. Para além de orgulho, tem coragem e uma resistência acima da média, apesar do desgaste diário. Não podíamos tolerar o que nos queriam fazer. Não podíamos calar-nos. Por isso, muitos de nós levaram a luta até às últimas consequências. E fizemos bem- Provámos que quem não se cala acaba por ser ouvido.