sábado, 18 de outubro de 2008

A CRISE

Somos massacrados diariamente com a crise financeira. Mas, ao certo, ao certo, ninguém sabe o que é e ninguém a sente (verdadeiramente ainda não se sente).

Dizem que é uma crise do crédito malparado. Mas os donos do bancos (ou os lacaios que os donos dos bancos colocaram lá) clamam em alta voz que não senhor: os bancos deles não estão em crise e que isso do crédito malparado é algo de tão insignificante que não lhes tira o sono (mas nós sabemos que eles dizem isso para ninguém se lembrar de tirar de lá o seu dinheirinho).

Ora, aqui há gato (com rabo de fora).

Se os bancos estão, assim, tão saudáveis, por que carga de água nenhum deles empresta dinheiro a outro (daí as taxas Euribor terem subido tanto) ?

Se os bancos estão, assim, tão saudáveis, por que carga de água foi aprovado um diploma legal (em tempo record) em que o PR demorou apenas 20 minutos para o promulgar (inédito em Portugal) a avalizar os empréstimos interbancários até 20.000.000.0000 de Euros?

Meus amigos a crise financeira, como muitos apregoam, é uma crise de falta de confiança. Não de falta de confiança nos actuais balanços bancários mas no futuro. Todos sabemos que os bancos emprestaram milhares de milhões de Euros em crédito (ao consumo, à habitação, etc.) a pessoas ou a empresas, sem possibilidades de pagar, por pura avidez de lucro fácil e sem acautelar as consequências.

E o que se teme é que, no futuro , os particulares deixem de pagar as suas dívidas, as empresas deixem de pagar as suas dívidas e com isso arrastem todo o sistema financeiro para o abismo. Essa é a crise actual.

Pois bem. E o que fez o (des)governo? Ao avalizar os empréstimos interbancários vai acabar por ficar com o menino nas mãos (se houver incumprimento por parte de algum deles): no limite o governo poderá ter de ficar com os bancos donos das casas que ninguém quer e donos de empresas falidas . É isto o que pode acontecer no futuro.

E de onde vem esse dinheirinho milagroso par salvar o sistema financeiro? Do Orçamento do Estado, claro. Do bolso de todos nós.

Em conclusão: vamos ser nós todos a pagar os carros de luxo, os iates de luxo, as férias nos Varaderos paradisíacos, os lucros chorudos das empresas de construção civil que venderam casas a quem não tinha possibilidades de as pagar, etc, etc. A bem da manutenção do sacrossanto e intocável sistema financeiro: que financia as empresas de construção civil que, por sua vez, financiam os partidos políticos.

Já entenderam, agora, o alcance da crise actual?
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